Padarias e lanchonetes diversificam atividade

 Seguindo a tendência dos grandes centros urbanos, algumas panificadoras e lanchonetes de Uberlândia estão diversificando suas atividades e oferecendo refeições no sistema self-service com preço por quilo, por pessoa e ou o tradicional prato feito (PF). Geralmente, o horário de atendimento é das 11h às 14h30 e os valores são bastante variados.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Uberlândia (Sindipan), Milton Inhaquiti, diz que essa ampliação no leque de serviços descaracteriza o conceito de padaria, mas ele mesmo reconhece que o modelo antigo já não sobrevive mais em função da concorrência. "As padarias deixaram de vender apenas pão e leite e se transformaram em lojas de conveniência. Agora estão descobrindo um novo nicho para ser explorado", explicou.
Os proprietários de uma panificadora no Distrito Industrial descobriram há quatro anos que poderiam melhorar o movimento e, conseqüentemente, aumentar o faturamento se passassem a oferecer refeições. Luiza Janaína Borges conta que eles começaram a vender PF e tinham apenas duas mesas para acomodar os fregueses. Com o tempo, a procura aumentou e hoje, atendem entre 80 e 120 pessoas por dia. "O movimento aumentou entre 20% e 25%", revelou. 

ImageNa panificadora, que funciona há 20 anos, o quilo de comida no sistema self-service custa R$ 9,30 e R$ 6,90 por pessoa. Já o PF sai por R$ 5. Em outra panificadora, no bairro Martins, a comercialização de refeição começou há dois anos e a gerente Rosa Muniz conta que a idéia de agregar novos serviços surgiu em função da demanda. No local, os clientes podem comer à vontade pagando apenas R$ 3,50. A capacidade de atendimento é de aproximadamente 50 pessoas.

Muito mais que quitandas
No horário de almoço, em uma lanchonete no Mercado Municipal, é possível encontrar mais do que salgados, quitandas, sucos, vitaminas e refrigerantes. Há seis anos, o proprietário Lúcio Silva Tavares serve o tradicional PF, por R$ 3 e também a lasanha por R% 2,50 o pedaço. Ele conta que a diversificação teve início com sua tia, que era proprietária da lanchonete e percebeu que havia um público nas proximidades que não tinha lugar para almoçar.
Lúcio Tavares acredita que a ampliação dos serviços é uma tendência, porque as pessoas estão cada vez mais sem tempo para preparar a refeição, além de sair mais barato comer fora de casa. Com a venda de PF e lasanha, ele disse que o movimento da lanchonete aumentou em 80%. 

A proprietária de uma lanchonete no Centro da cidade, Ana Cláudia Porto Rodrigues da Cunha, fez um investimento maior ao decidir oferecer refeição pelo sistema self-service. Isso há quase um ano. De acordo com a comerciante, o retorno deve ocorrer no prazo de 1 ano e seis meses porque foi preciso reformar o ambiente, comprar utensílios e contratar funcionários. 

Ana Cláudia Porta diz que é preciso acumular funções, porque atuar em um único ramo não é suficiente para se manter no mercado. Ela conta que, a partir do novo serviço, o movimento da lanchonete aumentou entre 30% e 40%, além de ter atraído um público diferenciado. 

De acordo com o último levantamento feito pelo Sindipan, na cidade, existem cerca de 280 padarias. Milton Inhaquiti acredita que menos de 5% deste total está oferecendo refeições e que estes estabelecimentos se concentram em pontos onde existe uma demanda, como locais próximos a empresas e uma concentração grande de estudantes. "As empresas perceberam essa oportunidade e estão investindo. É preciso abrir novos horizontes para permanecer no mercado", ressaltou. 
fonte: http://alciberg.com.br/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7&Itemid=48